
As lições de Tancinha para alavancar as vendas no comércio
Mulher bonita não paga, mas também não leva”. Esse é um dos bordões que a feirante Tancinha, personagem da atriz Mariana Ximenez, não vai parar de repetir em Haja Coração, nova trama das 19h da Globo, que estreou na terça-feira (31).
Tancinha sobe na caixa, chama a freguesia, oferece o produto, brinca, sorri e vende. E, como ela, há muitos feirantes em Ribeirão Preto que podem ajudar os empresários locais a impulsionar as vendas e ter sucesso nos negócios. Eles ensinam desde a ter um contato próximo com o cliente até a realização de promoções e técnicas de divulgação do produto.
A alegria da feira livre da Rua Paschoal Bardaro, no Jardim Irajá, são os extrovertidos Danilo de Oliveira e José Ayrton dos Santos, conhecido carinhosamente como Zezinho. Para eles, o segredo do sucesso é sorrir e se divertir. “É a brincadeira e alegria. Não tem tristeza aqui no trabalho”, afirma Oliveira.

Para Zezinho, a descontração é extremamente importante para atrair a freguesia. “Brinco, grito, chamo o cliente. E, assim, consigo a atenção de todos que estão na feira”, conta sorridente.
Segundo ele, a educação também é essencial. “A educação e o carisma atraem e mantém os fregueses. Isso nos aproxima deles.” Tanto que sua banca de verduras e legumes ganhou até apelido. “Chamo de três ‘Bs’: bom, bonito e barato.”
Ele garante que ser espontâneo e brincalhão gera resultados positivos e bons retornos. “Além de atrair os clientes, cria vínculos e faz amizades”, admite.
Para o especialista em marketing de experiências Manoel Carlos Junior, a feira livre é a representação do comércio ideal. “A feira é o modelo de varejo mais antigo. A batalha é diária e os empresários têm muito a aprender.” E explica que as feiras segmentaram uma série de técnicas que, hoje, são usadas no comércio. “Como a degustação.”
Já Renato de Campos, especialista em marketing e consumo, reforça que é possível utilizar no varejos as várias técnicas de comunicação, marketing, posicionamento e relacionamento das feiras livres.
“A feira é algo muito antigo, mas é um ótimo referencial. Hoje, as técnicas são mais aprimoradas, mas a visão empreendedora e instintiva dos feirantes podem ajudar os empresários.” (Colaboração: Marjorie Vian)

Feirantes inovam para atrair os consumidores
Para os feirantes, a feira livre não para, e não pode parar no tempo. Para atrair novos fregueses e manter os antigos, o segredo é a inovação.
Prova disso, é que hoje já aceitam cartão de crédito e débito, fazem entrega e atendem os clientes por aplicativos de celular.
“Estamos sempre investindo em coisas novas, tanto que a maioria das bancas já aceita cartão”, diz a feirante Márcia Remberger, que trabalha há 11 anos no ramo.
Para ela, outro ponto importante é a interação. “Os feirantes que gritam e brincam também não param no tempo”, afirma. “Atender bem, ser atencioso, educado, isso faz toda a diferença”, acrescenta.
O consultor Ricardo Donegá explica que a feira, por mais tradicional que seja, vem se inovando. “Prova disso, são os inúmeros feirantes que atendem os clientes por meio de aplicativos, aceitam cartões e, até mesmo, fazem entregas”, diz. “O conceito de compra e venda na feira é o mesmo, mas ela se utiliza da tecnologia para facilitar suas transações”, finaliza. (Colaboração: Marjorie Vian)
Criatividade é palavra de ordem para empresários
Segundo os especialistas, algumas palavras precisam estar no vocabulário do empresário para que ele volte a crescer.
Para Renato de Campos as palavras de ordem são: criatividade, para superar as dificuldades e perseverança, para vencer a crise e prosperar. “Os que se destacam são aqueles que possuem planos de negócios bem definidos, visão estratégica do mercado e que enxergam as oportunidades”, diz.
Manoel Carlos Junior aposta em criatividade e resiliência. “A crise provoca oportunidades e os empresários precisam estar atentos”, afirma.
Já o consultor em gestão empresarial Ricardo Donegá diz que as características mais marcantes dos feirantes que os empresários devem repetir são: flexibilidade e proximidade com o cliente. “São diferenciais que geram resultados positivos”, conclui.
Propaganda é a alma do negócio
Para os feirantes de Ribeirão, a crise também chegou. Porém, ela não os impediu de colher bons frutos. Há 20 anos no ramo, Danilo Oliveira afirma que para driblar a crise é necessário controle.
“Controle de gastos e cuidado com o que compra, para não perder produtos rapidamente”, diz. “Feira é tradição, mas exige paciência para esperar passar o momento crítico”, completa.
As promoções, segundo ele, ajudam a atrair novos clientes e conservar os fiéis. “Tratar bem é fundamental. Além de vender produtos de qualidade.” Outra dica de Oliveira para quem quer sair do sufoco é a propaganda. “É a alma do negócio. Invisto em anunciar a banca e os produtos.”
Há dez anos na feira, Roberta Barbosa afirma que a fidelização é o que mais conta em época de economia instável. “Na crise, os clientes preferem preços mais baixos e sempre que posso dou um descontinho”, diz.
Já a feirante Márcia Sarraipo, que está há 40 anos no ramo, diz que praticamente não sentiu a crise. “Não tenho crise, pois tenho vários clientes leais. Principalmente pela qualidade dos produtos e bom atendimento”, afirma.
A dica dela é: “estudar meios para conseguir vender e prestar atenção no cliente”, conclui. (Colaboração: Marjorie Vian)

Apaixone-se por Tancinha
Tancinha, personagem de Mariana Ximenes – interpretado por Cláudia Raia em Sassaricando, em 1987 -, é a mais extrovertida e explosiva das filhas de Francesca; é irmã de Giovanni, Carmela e Shirlei. Mesmo com um sotaque italianado e falando errado, Tancinha conquista a todos em sua volta. É uma boa moça, leal, devotada à família, trabalhadora, muito doce e amorosa.